Ranking 2025
79/ 180
Nota: 58,25
Indicador político
77
49,73
Indicador econômico
52
50,82
Indicador legislativo
144
41,84
Indicador social
97
57,99
Indicador de segurança
34
90,87
Ranking 2024
84/ 180
Nota: 58,48
Indicador político
78
50,56
Indicador econômico
55
51,39
Indicador legislativo
140
41,90
Indicador social
95
59,90
Indicador de segurança
45
88,66

Riquíssimo emirado do Golfo, o Catar construiu um império de mídia cujo impacto pode ser sentido em todo o mundo árabe e além. Apesar do progresso feito nos últimos anos em termos de liberdade de imprensa, cobrir questões de política doméstica continua sendo um verdadeiro desafio para os jornalistas.

Cenário midiático

A imprensa tradicional do Catar se distingue pela homogeneidade de sua cobertura: as mesmas manchetes se repetem nas primeiras páginas, destacando as ações do emir e de sua comitiva. O canal de televisão Al Jazeera é o mais conhecido no mundo. Um pequeno embrião de pluralismo pode ser encontrado na existência de veículos de comunicação comunitários em diferentes idiomas, dirigidos por cidadãos expatriados.

Contexto político

A linha editorial da mídia está, com frequência, intimamente ligada ao contexto político do momento. Das primaveras árabes à guerra em Gaza, passando pela queda do regime de Bashar al-Assad na Síria, a cobertura da mídia catari é diretamente alinhada com o posicionamento oficial do Catar.

Quadro jurídico

Apesar de ter havido uma flexibilização das restrições durante a Copa do Mundo de futebol, em 2022, os jornalistas têm pouca margem de manobra diante de um arsenal jurídico repressivo e de um forte sistema de censura. Uma lei sobre crimes cibernéticos adotada no fim de 2014, e endurecida em 2020, impõe restrições aos jornalistas e criminaliza a divulgação de “notícias falsas” na internet.

Contexto económico

A rede televisiva Al Jazeera, financiada pelo Estado, conta com recursos consideráveis e uma equipe de apresentadores bem pagos o suficiente para ignorar assuntos que possam ser comprometedores para seu empregador. Alguns desses apresentadores são extremamente populares no mundo árabe. A postura dos anunciantes em relação à monarquia e a assuntos de política interna tem grande influência sobre a cobertura jornalística no país.

Contexto sociocultural

O Catar tem uma população composta majoritariamente por imigrantes, o que se reflete na diversidade de jornalistas que trabalham para a mídia local. A situação dos trabalhadores imigrantes, em especial daqueles empregados nos canteiros de obras da Copa do Mundo de 2022, é um dos temas tabus no país. Ainda que a seção anglófona da Al Jazeera tenha dedicado algumas reportagens a esse assunto, o mesmo não pode ser dito da matriz: na seção em língua árabe, o silêncio foi absoluto. A religião, a pessoa do emir, os direitos das mulheres e das pessoas LGBTQ+ são temas igualmente proibidos.

Segurança

Nenhum jornalista foi detido ou expulso do país pelas autoridades nos últimos anos, e as reformas das leis e práticas relativas à mídia, iniciadas durante a Copa do Mundo de 2022, continuam. No entanto, a autocensura continua sendo uma preocupação para os jornalistas que trabalham no país e para suas fontes.